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Desafios e Conquistas: A Saga do Empreendedorismo Feminino Através dos Tempos

  • Foto do escritor: Silvâni Silva
    Silvâni Silva
  • 22 de mai.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 14 de jul.


Uma jornada ao longo dos séculos que revela a força, resiliência e inovação das mulheres empreendedoras.


O empreendedorismo feminino tem se destacado como um pilar fundamental para a inovação nos ambientes sociais e econômicos em todo o mundo. Impulsionadas por uma combinação única de talento, determinação e visão progressista, as mulheres conquistam cada vez mais espaço no mundo dos negócios, assumindo papéis de liderança e fundando empresas que prosperam economicamente.


Neste contexto, a celebração do Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino torna-se um marco relevante. É um momento para refletir sobre as conquistas, avaliar o progresso contínuo e enfrentar os desafios persistentes que ainda impedem realizar um futuro verdadeiramente igualitário e inclusivo no mundo dos negócios.


Evolução do Empreendedorismo Feminino: Uma Jornada de Resiliência e Inovação


A jornada das mulheres no universo empresarial é um rico mosaico de resiliência, criatividade e inovação, estendendo-se desde os primórdios da história até a contemporaneidade. Essa trajetória destaca a capacidade feminina de superar obstáculos, liderar com sabedoria e impulsionar o crescimento econômico e social em diversas áreas. 


Personalidades históricas como Hatshepsut, primeira faraó egípcia (Reinado - 1479 a.C. a 1458 a.C.), e a rainha de Sabá (século X a.C.), exemplificam a liderança e a sagacidade administrativa femininas desde a antiguidade. Hatshepsut, destacada entre as figuras mais influentes do mundo antigo, impulsionou o comércio egípcio, enquanto a rainha de Sabá é celebrada por sua perspicácia e habilidade comercial.


Narrativas bíblicas ressaltam a participação feminina no empreendedorismo, como o caso de Lídia, mencionada no Novo Testamento (Atos 16:14), que era uma comerciante de púrpura, um tecido precioso e muito valorizado na época. Raquel era pastora (Gênesis 29:9). Seerá, fundou vilarejos (1 Cron. 7:24). Tais escrituras evidenciam que a atividade econômica feminina era vista com respeito.


A despeito da dominância masculina na Idade Média, mulheres como Hildegarda de Bingen (1098-1179), e Christine de Pizan (1364-1430), romperam barreiras e se destacaram em áreas como medicina e literatura. Hildegarda era médica, escritora e compositora, enquanto Christine de Pizan foi a primeira escritora profissional da França.


No século XVIII, durante a Revolução Industrial e o Iluminismo, o papel  feminino na sociedade começou a evoluir significativamente. A industrialização criou novas vagas de emprego nas fábricas, apesar das duras condições de trabalho e salários inferiores aos dos homens. Enfrentando longas jornadas, ambientes prejudiciais à saúde e discriminação, elas ainda assim se destacaram, como Hannah More (1745-1833), por exemplo, utilizou sua posição enquanto educadora e escritora para fundar escolas para meninas de baixa renda, demonstrando um compromisso com a educação feminina.


Coco Chanel (1883-1971): Gabrielle Bonheur "Coco" Chanel é um ícone global, cuja influência na moda e no empreendedorismo transcendeu fronteiras. Ela desafiou os papéis tradicionais de gênero e estabeleceu um império no mundo da alta costura. 


Cora Coralina (1889-1985), Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas foi uma renomada poetisa que retratou a simplicidade da vida interiorana brasileira. Ela também se destaca como um ícone do empreendedorismo feminino, ao iniciar um negócio de doces caseiros, empregando sua habilidade culinária e a criatividade poética como estratégia de marketing. 


O empreendedorismo feminino ganhou ímpeto no século XX, fomentado por grandes forças: o movimento feminista; a luta por direitos iguais, assegurando às mulheres maior acesso à educação, ao mercado de trabalho e ao crédito; a era digital; e a intensificação do comércio internacional. Esses fatores criaram novas oportunidades de negócios, permitindo que elas liderassem empresas inovadoras e ocupassem espaços antes inacessíveis.


No século XXI, observa-se uma expansão acelerada do empreendedorismo feminino, impulsionada pela eclosão tecnológica, pela globalização, pela crescente conscientização acerca da igualdade de gênero e pelo suporte de políticas públicas, incluindo programas de mentoria, incubadoras e financiamento para empreendedoras.


Luiza Helena Trajano, uma líder empresarial visionária, transformou o Magazine Luiza em um colosso do varejo brasileiro. Seu trabalho em prol da inclusão social e da igualdade de gênero no ambiente corporativo, serve como um modelo para o empreendedorismo feminino. Em abril de 2025, foi homenageada com o IVI–SK bioscience Park MahnHoon Award por sua liderança no Grupo Mulheres do Brasil e pelo engajamento em campanhas sociais como o movimento Unidos pela Vacina, sendo reconhecida internacionalmente como uma das figuras mais influentes da América Latina. A premiação foi concedida pelo International Vaccine Institute, conforme divulgado no site oficial da instituição em abril de 2025 (IVI – SK bioscience Park MahnHoon Award).


Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, uma das Fintech mais inovadoras e de maior sucesso da América Latina, quebrou barreiras no setor bancário, tradicionalmente dominado por homens. Com a criação do Nubank, ela não apenas ofereceu uma alternativa inovadora aos bancos convencionais, mas também liderou o caminho para mais inclusão e diversidade na tecnologia financeira. Em 2024, foi eleita pelo Financial Times como uma das 25 mulheres mais influentes do mundo, consolidando sua posição como referência global em liderança feminina e inovação. A inclusão foi publicada pelo Financial Times, com perfil assinado por Luiza Helena Trajano, em dezembro de 2024 (As 25 mulheres mais influentes do FT em 2024).     


Mulheres empreendedoras, desde líderes do passado até visionárias do presente, constituem uma força global que exemplifica a riqueza e o alcance do empreendedorismo feminino. As narrativas dessas pioneiras, abrangendo diferentes épocas e setores, ressaltam como as sociedades têm evoluído para reconhecer e valorizar o impacto feminino em diversas áreas de atuação. Elas não apenas criam milhões de empregos e estimulam o crescimento econômico, mas também fomentam a inovação e servem de inspiração para outras, ao redor do mundo, seguirem seus sonhos e aspirações.


A Relevância do Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino

Em 19 de novembro, celebra-se o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino, uma efeméride lançada em 2014 na sede das Nações Unidas, em Nova York, por iniciativa da organização Women's Entrepreneurship Day Organization (WEDO). Essa data é dedicada a homenagear e incentivar a força feminina no universo empresarial, promovendo, simultaneamente, a luta pela equidade de gênero e o empoderamento feminino em todo o mundo.


A comemoração do Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino constitui uma valiosa oportunidade para refletir sobre os avanços já realizados e sobre as ações ainda necessárias para fomentar um ambiente de negócios genuinamente equitativo e inclusivo. Mais do que uma simples celebração, este dia representa um apelo vigoroso para a eliminação das barreiras que ainda impedem o pleno reconhecimento e suporte às mulheres empreendedoras.


Desafios Persistentes na Construção de um Empreendedorismo Feminino Igualitário


Apesar dos avanços significativos em políticas públicas e programas de apoio à inclusão feminina no empreendedorismo, a jornada rumo à igualdade de oportunidades ainda enfrenta obstáculos substanciais. Essas barreiras restringem o acesso de mulheres a posições de liderança, perpetuam desigualdades históricas e limitam sua atuação como agentes de transformação nos diversos setores da economia.


Um dos desafios mais relevantes é o acesso desigual às redes de contatos, que vão muito além das conexões virtuais e se estabelecem, sobretudo, em ambientes presenciais, espaços onde laços de confiança se formam em interações informais, frequentemente moldadas por dinâmicas culturais predominantemente masculinas. Nesses círculos, as empreendedoras enfrentam obstáculos sutis, porém constantes, que dificultam sua inserção e participação estratégica.


Mesmo com qualificações equivalentes às de seus pares masculinos, as mulheres ainda enfrentam discriminação, disparidades salariais e, por vezes, violência de gênero. A sobrecarga da dupla jornada, que impõe responsabilidades profissionais e familiares, contribui para o esgotamento emocional e limita a expansão de seus negócios.


Frente a essa realidade, torna-se urgente uma resposta abrangente e eficaz. Políticas públicas com foco em equidade de gênero, programas de mentoria e capacitação, acesso a financiamento adequado e redes de apoio sólidas são fundamentais para a construção de um empreendedorismo inclusivo. Investir na superação desses desafios é investir em um futuro mais justo, próspero e equilibrado para toda a sociedade.


Silvâni Silva


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Faço dos meus sonhos uma apoteose para a vida.

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